Brasileiro gasta mais com carro do que com alimentação e vestuário, mostra Ibope

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Brasileiro gasta mais com carro do que com alimentação e vestuário, mostra Ibope

Repórter
O consumo dos brasileiros em 2013 deve ser de R$ 1,55 trilhão, 10% a mais do que no ano passado, segundo estimativas do Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do ibope Inteligência. Os maiores gastos são com automóvel particular, alimentação e vestuário, que devem chegar a 50,6% do consumo total, somando R$ 784 bilhões.
Veículos representam maior  despesa para os brasileiros
Shuster Gonçalves tem desembolso mensal de R$ 1,3 mil com o veículo que comprou em 2010 (Foto: Daniela Nogueira)
O desembolso com a compra do veículo, manutenção, taxas, seguro e combustível é o grande vilão do orçamento. Essas despesas, de acordo com o levantamento, devem atingir R$ 278 bilhões no país, o que significa 18% da demanda total de consumo. A classe B – renda per capta entre R$ 1.020 e R$ 2.480 – é a principal consumidora desses produtos e responsável por pouco mais da metade gasto: R$ 143 bilhões.
A outra parcela é composta, em sua maioria, pelas classes C – renda per capta entre R$ 441 e R$ 1.019 – e A – renda per capta acima de R$ 2.480 -, que representam 24% e 22%, respectivamente, dos consumidores dos itens ligados a veículos. As classes D – renda per capta entre R$ 162 e R$ 291 – e E – renda per capta até R$ 81 – têm uma pequena participação nesse mercado e somam 3% do consumo desses produtos.
Para o professor do instituto de economia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Fábio Terra, as despesas com veículos são uma das prioridades do brasileiro e as mais caras. “O alto consumo ligado a carro não significa, necessariamente, que as pessoas estejam endividadas ou inadimplentes. Os gastos que os veículos geram é que são muito elevados”, afirmou Terra.
Contudo, segundo Terra, é necessário equilibrar todas as contas para não acabar endividado. “Em 3 anos, os gastos com o carro superam o valor do veículo. É preciso que se faça um planejamento antes de adquirir o automóvel. A maioria só pensa no tamanho da parcela do financiamento e esquece que existem outras despesas ligadas à posse de um carro. Para não comprometer o orçamento doméstico, o ideal é que todos os gastos mensais com o veículo ocupem entre 15% a 20% da renda familiar”, disse.
O analista de sistemas Shuster Roberto Gonçalves, de 28 anos, comprou um carro seminovo em 2010 e ainda restam 20 parcelas para quitar o financiamento. O desembolso para manter o veículo é de mais de R$ 1,3 mil por mês, o que envolve parcela de financiamento, gasolina e manutenção. Em meses de pagamento de IPVA, licenciamento e seguro obrigatório, esse valor sobe para R$ 1,7 mil.
“O carro é o nosso maior gasto. O valor é mais que o dobro do que a gente paga de aluguel e compromete mais de 30% da renda familiar [dele e da esposa]. Na época que adquiri o veículo, só levei em consideração o valor das prestações. Me arrependo de não ter planejado melhor, porque é um gasto muito alto e o carro desvaloriza muito”, disse Gonçalves.

Refeição equivale a 16% do consumo

A alimentação em casa deve ser a segunda responsável pelos gastos do brasileiro em 2013, de acordo com o Pyxis Consumo – ibope Inteligência. Serão gastos R$ 250 bilhões com produtos desta categoria, o que equivale a 16% do total de consumo estimado para o Brasil. As refeições fora de casa devem somar um desembolso de R$ 128 bilhões.
A terceira maior despesa no país deve ser com vestuário, que deve movimentar R$ 128 bilhões, o que representa 8% de todo o consumo. O gasto com esse item, segundo a estimativa, será realizado principalmente pelas classes C e B, que juntas são responsáveis por 80% do desembolso total: R$ 52 bilhões e R$ 51 bilhões, respectivamente. A classe A deve consumir R$ 15 bilhões com produtos de vestuário.

Planejar o orçamento é o caminho para evitar problemas financeiros

Para que todas as contas caibam no bolso do consumidor e não sobre mês no fim do salário, a orientação do professor do Instituto de Economia da UFU Fábio Terra é fazer um planejamento do orçamento doméstico e segui-lo. Segundo ele, as pessoas devem se programar para gastar 30% da renda com habitação (financiamento ou aluguel, contas de água e luz e manutenção), entre 15% e 20% com veículos (financiamento, combustível e manutenção) e o restante deve ser distribuído entre alimentação, lazer e poupança.
“A poupança é importante para, no futuro, se fazer aplicações e fazer com que esse dinheiro tenha um rendimento maior. Assim, quando tiver alguma emergência ou quiser adquirir um bem a pessoa terá um fundo de reserva de onde tirar dinheiro e não precisará recorrer a empréstimos”, afirmou Terra.
Parte da poupança também deve ser usada para pagamentos de taxas anuais, como o IPTU, IPVA, licenciamento e seguro obrigatório. “Para essas contas, pode-se utilizar o 13º salário ou fazer uma provisão ao longo do ano, porque se deixar entrar no orçamento mensal, pode ficar apertado”, disse Terra.

1 Incisões:

  1. É verdade! o carro é o vilão do bolso. Se não tivermos controle, ficamos a ver navios por causa do carro. Abraços

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